02 novembro 2005

É MEU!

Hey, você já parou pra pensar em qual é a causa raiz da desarmonia desse mundo?(pelo menos concorda que está em desarmonia?)
Bem, poderia se dizer logo que a causa raiz são os seres humanos que, como se pode ver "não sabem o que estão fazendo".
Seria melhor perguntar: Como deveria ser um mundo (habitado por humanos) em harmonia? Difícil responder não é mesmo?
Tentemos então: O que faz com que as pessoas briguem umas com as outras?
Recentemente reparei que as crianças dizem "é MEU","é MINHA","não é SEU","tudo MEU" e quando dizem isso é fácil perceber um "mau sentimento" predominando nelas, não há dúvida de que elas atacariam quem ameaçasse tomar sua "propriedade" (dá até medo de olhar nos olhos, parecem possuídas).
Mas creio que o "mau sentimento" prevalece nos adultos, bem mais discreto. E creio que é ele o principal culpado pela "desarmonia" desse mundo, o sentimento de posse.

8 Comments:

Anonymous Anônimo

é... mundinho competitivo esse, não? vamos ver quem POSSUI mais...

é por isso que acho que blog é uma coisa "harmoniosa". O blog é SEU... mas sinto-me um pouco proprietária dessa caixnha de comentários (isso porque eu mal cheguei aqui). Então... a solução? Vamos dividir?

3/11/05 1:13 AM  
Blogger Helen Carolina

"posse" ter em mãos, controlar, ciumes, é meu!! Posse de dinheiro , posse de território, posse de pessoas. Se nós humanos fossemos menos possessivos, talvez teríamos menos problemas, menos guerras, menos mulheres sendo espancadas por maridos doentes de ciúme, menos gente passando fome e menos tanta coisa ruim... falo de extremos pq o desejo não vai sumir , ele sempre vai existir em maior ou menor intensidade , o lance é como lidar com ele e canaliza-lo p/ coisas saudáveis como estudo, já pensou como seria bom se as pessoas tivessem esse desejo por estudar "possuir conhecimento". acho que falei muito. beijos

3/11/05 2:46 PM  
Anonymous Anônimo

É estranho pensar nisso, pois apesar da harmonia ser um objetivo louvável o egoismo é uma caracteristica inerente ao ser humano e se extinguissemo essa caracteristicas estaríamos dando mais um ponto para nosso maldito super-ego. Ou seja, essa é uma discussão que vai longe.

3/11/05 5:35 PM  
Blogger Darwin

"Meu precioso!, Meu precioso!"
Bem, acho que poucos foram livres do egoísmo.
Mas o que será que ocuparia a consciência de uma pessoa livre de egoísmo?
Sintam-se donos donos dessa caixa de comentários.

3/11/05 6:30 PM  
Blogger Helen Carolina

ponto para o super ego, sim pode ser. pode se perceber o egoísmo como uma coisa até boa, sem ele a espécie não teria sobrevivido. Eu percebo o problema sendo como a intensidade em que o sentimento existe, isso é o que trás desarmonia. falei de novo.

4/11/05 3:09 PM  
Blogger Darwin

Hey, eu sei(e o b.m. também) bem qual é o meu objetivo (talvez temporário) com essas letras ajuntadas. Agradeço à Helen por tentar esclarecer as coisas, mas talvez o mais longe que conseguiremos chegar seja um "tudo que sei é que nada sei".
Bem, se alguém quer descobrir o culpado da "desarmonia do mundo", que fale agora ou cale-se para sempre.
Num futuro não muito distante acho que falarei sobre...Cavaleiros do zodíaco. Quem sabe até o b.m. comenta.

4/11/05 6:34 PM  
Anonymous Anônimo

Viva Darwin!

Não creio que o sentimento de posse seja decisivo no acervo de razões que, poderão com suficiência explicar a cauda da desarmonia deste nosso mundo!

Tanto a Helen como Trunkael deixam entender que, de facto,as coisas não são assim tão lineares!É que há mesmo quem fundadamente argumente que o sentimento de posse é mesmo imprescindível à nossa sobrevivência como espécie!

Ora para além de tudo isto, penso que mais que qualquer sentimento de posse,é antes o desejo latente em cada ser, humano ou não, de domínio sobre o outro que prevalece como causa principal para a tão falada desarmonia.

E voltamos - como a pescadinha com o rabo enrolado na boca - ao magno problema do SUJEITO e do OBJECTO!

Afinal quem possui quem? Quem domina quem? Quem é que está por cima?

Eis o busílis da questão! O eterno!O nó górdio que não conseguimos desfazer!

Mas esta VONTADE DE PODER de que falava Nietzsche é de natureza diferente do " MEU " da " MINHA " e do " SEU ".

Enquanto aquela se encontra indissoluvelmente ligada a questões de natureza ética que informam o sentido da vida humana, numa perspectiva terrivelmente humana, esta última tem a ver com o que de mais mesquinho, mais miúdo e miserável tem o nosso diálogo com os outros.

Só com resmas de coisas provadamente nossas - de papel passado em notário e tudo - é que aceitamos ser presentes junto dos outros.Para que estes então possam " apalpar " o nosso poder! Para que não nos chamem de pobres!Para que não nos olhem muito de cima!Mas sim com deferência! COM RESPEITO PÁ...! Que é uma coisa muito bonita!

Então há que nos armarmos de montes de coisas.De preferência com muitas e variadas cores.De muitos e variados tamanhos.De qualidade, com certeza, pá! O meu é melhor que o teu.É de ouro, pá! Não estás a ver? O teu não presta, pá..! Não estás a ver que é um pechisbeque de feira..! Ora vai-te embora! Não sabes o que é coisa boa.E ele vai-se embora,roído de inveja....!Não sabe! Não sabe o caraças, é que não sabe! Não tem..!Não tem! É o que é.Aquele gajo não tem.Não tem onde cair morto!É que isto, pá, esta peça,só tem quem pode!É mesmo só para quem PODE, meu...!

O que é curioso e extremamente revelador é que existiram e existem sociedades denominadas pelos paleontólogos de " sociedades primitivas actuais "
( grupos de pessoas com características de gentes primitivas que, hoje vivem em comunidade )nas quais não tem sido possível detectar qualquer sentimento de posse semelhante ao existente nas nossas sociedades modernas.E o que é encantador é que demonstram não precisar disso para viverem felizes da vida.Em comunidade de bens e partilha de vidas!

Ora tais factos amiúde provados por cientistas acreditados em todo o mundo demonstram o quão ruinoso para a civilização ocidental tem sido o ensino que as várias religiões nos têm, recorrentemente ministrado. E digo religiões, porque durante séculos, coube à religião, aos seus funcionários ensinar as primeiras letras a - repare-se - quem muito bem lhes apetecesse!

Quem muito bem lhes apetecesse e quem muito lhes dava.Ou muito eram obrigados a dar-lhes.Numa corrida ao ouro em nítida competição com a evangelização!Que andavam sempre acompanhadas!

Pregavam o alto e olhavam para baixo a ver o que era digno do " Senhor" Está visto que só coisa boa! E ouro corria-lhes por entre os dedos à medida que desfiavam o rosário das lamentações que alimentavam nos pobres.E com lamentações se iam locupletando. Assim se encheram igrejas,e com a bendita " fé " de ricos e pobres coleccionaram conventos que, - imagine-se- até lhes eram doados por piedosos carentes de um lugar à direita de Deus Pai. Pobres e ricos eram pela fé desapossados em nome do Senhor que ciciavam nas paredes dos confessionários.

Podiam bem berrar eventuais herdeiros,mas o lugar no doirado assento celeste tinha que ficar garantido.Garantia dada no estertor da morte.

Bem aventurados os pobres de espírito,pois será deles o reino dos céus.Não só os pobres de espírito mas também os pobres de bens.Ora dai cá os bens, se quereis ser bem aventurados. Lá em cima não precisais disso. E a igreja aqui na terra precisa para mostrar a glória de deus aos infiéis.

Era a cruz ao alto e o bornal em baixo!Sendo que não poucas vezes tais instrumentos de " FÉ " gozavam da companhia de uma lascívia nojenta e de uma líbido cujo freio só se detinha na lâmina de um cornudo furioso!


Eram eles então os representantes do divino na terra. Quem ousaria fazer-lhes frente? Com a morte a acenar-nos por trás das suas negras sotainas?

É claro que aqui me estou a referir ao Catolicismo e ao seu mórbido cortejo de mortos e torturados pela Santa Inquisição! Cujas desculpas recentemente pedidas por João Paulo II não nos devolvem tão cedo a alegria da vida, durante tantos séculos tolhida pela renovada invocação de infernais horrores.

Tributários do seu ensino, olhemo-nos hoje, e perguntemo-nos, agora sim!

Não se encontrará aqui uma das principais causas que explicam o nosso comportamento? Que possam explicar o " MEU " a " MINHA " o " SEU "?

E vamos continuar a ceder espaço a esta gente? Para nos continuarem a trabalhar o " tal do espírito"?A encher o bornal à custa do nosso suor? A satisfazerem a sua luxúria alimentada pela preguiça e à custa dos nossos medos?

5/11/05 12:18 AM  
Blogger Darwin

Oh, Epicuro, como vai?
Não pense que eu entendo tudo que você fala, talvez se eu procurar umas 15 palavras no dicionário, e reler umas 4 vezes (creio que merece ser feito), aí talvez eu entenda.
Ah, é melhor aprender com essas comunidades primitivas atuais.
Eu entendo que o segredo é aprendermos a valorizar as coisas certas.
Não me perguntem quais são as coisas certas.

5/11/05 8:31 AM  

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