22 junho 2007

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Lançado um dado qual a chance de dar seis?
Um pra seis, aproximadamente 17%, uma chance pequena.
Agora veja como a situação muda.
Suponha que nos dois lançamentos anteriores tenha saído o seis. Quais então serão as chances de sair seis denovo? Insignificante, 0,004%. Um jogador sensato apostaria grande quantia contra o seis.

Como eventos do passado podem fazer com que um dos lados do dado tenha sua chance de sair reduzida? Por que não podem ser ignorados os lançamentos anteriores, e considerar o um pra seis?

Foi um dos contos de Edgar Allan Poe que me trouxe essa reflexão.
Quanto mais se pensa nisso mais fantástico parece, essa influência do passado no resultado de uma experiência a ser realizada. Perceba que os lançamentos anteriores não deformaram o dado nem nada que possa interferir no resultado do próximo lançamento. O dado permanece exatamente o mesmo. Mas fantasticamente, apesar de as condições físicas do próximo lançamento serem as mesmas, uma das faces do dado tem sua chance drasticamente reduzida de sair.

Também li alguns romances de Fiodor M. Dostoievski, e gostei muito. Se você me perguntar por que gostei, direi que é porque a gente se sente familiarizado com os seus personagens humilhados e ofendidos.

Procuro sempre, e nunca chega, na biblioteca a continuação do fragmento "Foguista" do Franz Kafka. Foi o que mais gostei dele, mais que "O processo". Se você nunca leu nada dele, com certeza se surpreenderá ao fazê-lo.

Assisti um anime japonês que gostei bastante "Berserk". Tem vezes em que de repente você percebe que havia se esquecido de tudo e todos do mundo exterior.

Percebi que quando ouço uma música sei dizer se gostei ou não, e mais ainda, sei dizer se gostei muito ou pouco, ou explicar o porque gostei daquilo ou daquilo. E isso, apesar de parecer tão insignificante, deixa de o ser considerado o que vem.
Em meio as muitas obras artísticas a que temos acesso muitas delas necessitam de grande aprendizagem antes que se possa perceber tudo o que elas podem transmitir.
Mas o que quero dizer mesmo é aquilo que muitos já devem ter dito nos mais variados veículos de comunicação. Que a maioria de nós tem boa sensibilidade para a música. Não precisamos aprender conceitos e mais conceitos para sermos capazes de sentir as vibrações sonoras e entender o efeito-sensação que nos causa.

E enfim estou sempre a procura daquilo que possa causar sensações prazerosas. E sabe de uma coisa? Aquilo que a gente procura parece ter mais chances de ser encontrado se deixarmos de procurar. Você consegue? Deixar de procurar? Eu não.