08 janeiro 2008

Fantasmas da caminhada

Olá.
Como de costume, esse espaço é denovo utilizado como antepenúltimo recurso na tentativa de suprir uma tal necessidade de interação com o mundo.
De vez em quando enquanto caminho na rua, sim geralmente é quando caminho na rua, pouco reparando em arquitetura e dando menos atenção que o merecido aos pedestres e automóveis, pois é assim, ao caminhar distraído e desajeitadamente que percebo como o ato de viver tem se tornado cada vez mais complicado. Há uns sete anos atrás caminhar na rua era uma atividade muito mais fácil, tinha-se a consciência plena de estar indo ao lugar onde se quis ir, a cada passo a sensação de aproximação do objetivo, mesmo quando este era chegar a lugar algum. Minto, não tinha sensação de objetivo nem nada, era, acho, a sensação de liberdade.
Hoje a caminhada é dura, quase como naqueles sonhos com aclives de mais de 45graus. É como se carregasse o peso da existência. Na verdade é um mal-estar, e a procura de uma explicação. É provável que você saiba do que estou falando, já que compartilhamos semelhança de 100% dos nossos genes, então nem vou tentar descrever com maior riqueza verbal, e nem conseguiria. Basta que algo do que foi dito desperte sentimento de familiaridade em você.
Agora evito fazer essas caminhadas. Abençoados sejam os veículos motorizados, você fica prestando atenção na embreagem, velocímetro, seta etc, daí não sobra tempo de pensar na vida.