31 dezembro 2005

Já?

Último dia do ano hoje??? Não acredito. Como sempre, as coisas vão acontecendo sem esperar.

29 dezembro 2005

medos, desgraças, inferno

Vou falar um pouco da vida do Fernando, perdido dentro de mim.
Bom, se você, não sabe do que estou falando, então abençoado você é. Se trata de uma horrorosa história que venho contando aqui nesse blog. Se quiser ficar por dentro, leia desde o post NúmerosXPessoas. E mesmo que leia, eu não garanto que vai entender, é tudo muito confuso.
Admiro muito o Fernando, que a cada dia fortalece mais aquela idéia "Não há porque ter medo, essa vida vai acabar". É baseado nisso que ele vem tomando suas atitudes, loucas. Meu medo é que ele me leve pro inferno... inferno. Você acredita? ... Ah, eu não sei não, mas prefiro não arriscar, faço por merecer ir pro céu, acho.
Aquela idéia lá é muito perigosa. Parece que a sociedade não aceita, me parece que as pessoas começaram a se afastar do Fernando e suas "loucuras". Medo de que tem essa gente? Creio que não temem o inferno, fazem tanta coisa que sabem que é passagem pra lá. E é isso que lhes tira todo crédito, eu não dou ouvido pra eles, de jeito nenhum. O problema é que preciso ser aceito pela sociedade, não agüento viver sozinho.
Ah, tanta coisa parece me impedir de sorrir, o Fernando tenta, mas há algo que ele está esquecendo, não sei o que é.
Numa conversa com amigos, começaram a falar de desgraças, falei convicto que elas só acontecem com quem tem a consciência suja... você, o que acha?... Ah, não é bem assim não, tem gente que nasce desgraçada. Poderíamos dizer que desgraça é relativo, que depende disso e daquilo, mas será que existe algum ponto de vista pelo qual não se enxergue como desgraça, por exemplo, a falta de saúde de uma pessoa? Poderíamos dizer que saúde é relativo também, e assim nunca chegaríamos a lugar algum.
Estou muito confuso, começo a temer minha instabilidade emocional, sobretudo começo a temer o afastamento das pessoas. Pessoas que na maior parte do tempo não suporto.
Nem sei mais o que eu queria dizer. Vou terminar com uma dica "Se você tem um pouquinho de fé na existência do céu, faça por merecer ir pra lá".

27 dezembro 2005

É...vampiro

Acho que já não conheço você, leitor. Não sei se você é pessoa que já conversou comigo, se chegou aqui através de um link, ou se foi por acaso, não sei se você vem aqui sempre, se leu algo que interessou. Mas o lance é o seguinte, ainda não sei exatamente porque escrevo essas coisas e publico. O mais longe que entendi foi que preciso dizer algumas coisas pro mundo, porque se não, alguns pensamentos se materializarão em um, deus me livre, câncer. Na verdade não quero dizer pro muuundo inteiro, nem se chega aqui pelo google, quero dizer só pra pessoas ultra-legais. Você é ultra-legal né!? Ah, você se parece comigo. Sou um maldito parasita, saio no mundo e observo as pessoas, procuro por sinal de inteligência, rebeldia, procuro conhecimento novo, se encontro, me aproximo da pessoa e tento sugar tudo de inédito, fico só ouvindo, não sou muito de falar. Alguns eu pego pra serem meus amigos, porque acho que num futuro aprenderei alguma coisa com eles. Suponho que você vem aqui sedento por sangue diferente, quer gosto novo, não é mesmo?! Ah, eu tenho coisa pra contar, mas só conto no msn, algumas coisas escapam, nos momentos de fraqueza, mas eu tô ficando menos fraco. Só o que peço é uma gota do seu conhecimento. E espero que você também se interesse por mim.

26 dezembro 2005

Só o que fazemos nessa vida é coisa pra acelerar o passar da mesma.

23 dezembro 2005

Quero tantas coisas

É como se eu estivesse querendo colocar em teste tudo aquilo que tentei fazer de mim. Mas não quero ver como um teste, já que existe sempre a possibilidade de não dar certo. Então quero, cegamente acreditando, que seja obra de deus.
Quero que a sociedade se dane com seus preconceitos, tradições, banalidades.
Quero que dê certo. Estou atirando minha imagem, estátua que a sociedade quer como enfeite bonitinho, estou atirando no chão duro desse mundo, não quero saber se vai quebrar ou não.
Não quero mais olhos que procuram beleza, não a beleza que me ensinaram.
Os meus tão lindos planos, pensados com o coração. Quero que deêm certo. Quero dar um sentido à minha existência. Mas não é assim que quero ver, como sentido de existência. Então quero, cegamente acreditando, que seja obra de deus.
E se não der certo? Os olhos, os olhos são corrompidos, nascem corrompidos.

21 dezembro 2005

Correu, como louco

Fernando escalava a montanha, carregava um corpo cansado, olhava pra cima e não via nada, não tinha certeza de nada, só sabia que ninguém o carregaria para lugar nenhum. Dias desses ele pode ver pessoas, perdidas no mundão. Sua mão sangrava. Ao ver o tamanho de sua idiotice escorregou, caiu, voltou quase pro pé da montanha. Depois que seu corpo parou ele abriu os olhos, sentiu a dor, quase chorou. Pensou, como manda sua genética, em procurar culpados. Dizem que os humanos são culpados por sua desgraça, já Fernando não pensa mais assim, sentiu a dor aguda, viu o mundão. Viu o Lamarck sentado, com papel e lápis na mão, rabiscando, calculando, de repente Lamarck olhava pra cima, quebrava o lápis, com fúria, rasgava o papel, com muito esforço levantava, e tentava, em vão subir a montanha, caía com a cara no chão. Agora Fernando chorava, implorava por misericórdia. Viu um ponto brilhante lá no alto, longe. Enxugou a cara e correu como louco.

20 dezembro 2005

Laços, correntes

No meu braço direito tem uma corrente, encrustada nos ossos, corrente fraca, já enferrujada, que me liga á pessoas que escolhi minuciosamente para serem pessoas que eu convidaria para sentirem a vida nos meus momentos de alegria, de trabalho suado, diversão. Corrente que nas outras extremidades não sei como é. Fraca, é como imagino que seja, no braço direito acho que não está. Mas não é tão ruim.
No meu coração amarraram um laço. Deram voltas e voltas, nós e mais nós. Me prenderam ao meu pai, minha mãe, meus irmãos. Mas amarraram tão forte que sufocou meu coração. Meus sentimentos perderam intensidade externa, eles se encontram compactos como uma estrela branca.
Quero fugir do mundo.
Mesmo nos mais feios dias não consigo fugir. Os laços, as correntes se apertam ainda mais, e quanto mais quero fugir, mais não consigo. No mais feio dia quis que me batessem e me xingassem e não ligassem pra mim. Queria poder fugir.
Estranho é que tenho um laço, que é o mais bonito de todos, nem sei se fui eu mesmo que fiz, ele é pesado, carrego com muito esforço, aparentemente muito resistente, capaz de agüentar tranco forte. Uma ponta está na minha alma. E engraçado é que procuro alma onde amarrar a outra ponta. Quero fugir do mundo, e quero me prender a ele.

17 dezembro 2005

O começo

Puxa, como os começos são difíceis. O eu que está no meu comando agora que o diga. Mas vamos dar nomes a esses caras. Bom, o cara que ficou lá no começo da subida, quase morto, bom, vamos chamá-lo de...Lamarck. O eu que parece comandar agora, mais perdido que o Lula, vamos chamá-lo, um nome que lembre adolescência, rebeldia, mas nada estadosunidense...Fernando, isso Fernando. Existem mais caras obscuros, mas eles são como o povão, até existem, mas é só.
Então, aconteceu que o Fernando se viu no controle do meu corpo. Desastroso foi como pude definir seu início de mandato. Mas eu já esperava por isso, o começo é difícil.
Fernando mal começou e já tem história interessante pra contar, acho que ele está tentando utilizar o método do pão e circo. Me dá o de comer, coisa gostosa. Talvez eu seja trinta por cento feito de paladar, estômago, tato. E também tenta me divertir, mas não obteve resultados significantes não. Mas não pense ele que essa política vai dar certo comigo, de jeito nenhum. Ah, ele sabe o que quero. Mas é o começo, vamos ver até onde ele vai.
Bem, vejamos o que ele tem a dizer agora. Eu sei de umas coisas que aconteceram, vou deixar ele contar do jeito dele.
"Hey, seu maldito. Eu tô me esforçando pra caralho pra te fazer feliz, seu ingrato. Acha que é fácil conduzir essa porcaria que o Lamarck deixou? Não, não é fácil. Mas tudo bem eu até entendo você, ou melhor dizendo, acho que começo a entender a mim mesmo. Melhor ainda, vou falar de maneira Darwiniana sobre sentimentos.
Bem...auto-estima. Falarei sobre auto-estima. Coisa que o gráfico me mostra que estava baixa, ía baixa ao longo dos anos, e ontem, ah, ontem a linha sumiu. O gráfico perdeu o sentido diante de sentimentos tão fortes que tomaram conta do meu ser. A auto-estima, eu tentei elevá-la, achava que isso me ajudaria a gostar um pouco mais de mim. Mas o que aconteceu não foi nada digno de filme de róli-wúd. Na verdade foi coisa digna de aparecer no magnólia. Daí aconteceu de caber a mim a escolha de dizer se minha auto-estima aumentaria ou diminuiria. Se for depender da opinião pública, eu tô fudido. Aaaah....aumentou, aumentou a droga da minha auto-estima, só porque eu quero. Na verdade foi muito corajoso de minha parte. O começo é difícil, talvez isso seja lei."
Interprete da maneira que melhor me protagonize.

16 dezembro 2005

explicação atropelada

Mas o que posso eu dizer, que não seja impregnado da minha existencialidade? Até falando de um terceiro estou falando de mim. Basta prestar um pouquinho de atenção. Acho que até se eu descrever um, sei lá, barbeador, vou acabar falando de mim. Já que parece não ter remédio, vamos lá, tentar suportar um pouco mais. Até eu me canso de mim, acredite. É claro que acredita, isso é normal né. Tudo é normal. Rebeldia é normal. Tentar ser diferente é normal. Dizer isso é clichê.
Mas vejamos. Eu sou péssimo em contar histórias. Cronologia, descrição física, coerência e tal, não me dou muito bem com eles. Mas um dia, quando eu quiser agradar qualquer um, vou tentar me entender com eles.
Então vejamos, você que leu os últimos quarenta e dois posts, e deu uma olhada nos comentários, você deve estar mais por dentro dos acontecimentos cá na minha cabeça que qualquer outro ser humano na face da terra. E deve ter percebido, ultimamente, uma horrorosa guerra entre supostos eus. E se sua memória não falha, o eu que eu quis que vencesse foi aquele eu do tipo "A vida é só essa. Os números são pros infelizes. Eu sei viver. Tou no caminho da felicidade". Pois é, mas não é tão simples assim. Bom, agora vou contar a história do eu que venceu a batalha (e não a guerra). Não, não vou contar agora, o post já tá muito grande.

13 dezembro 2005

Rumo, eus, rumo

Quando cheguei diante dele não cosegui nem pensar no tamanho do acontecimento. Ele existe, existe, um tanto acabado, mas tava lá caminhando calmamente, e era ele, inconfundível. Minha sensação de inferioridade perto dele era tanta que tentei disfarçar fingindo indiferença. Daí ele sorriu, como quem pensa "Olha só que teimosinho, engraçado até". Putz, aí ele falou "É, chegou aqui rapaz. E a lição mais importante vem agora, como você tanto sonhou, lembra?...", alimentou minha esperança de maneira que se transformou em certeza. Ele continuou "...Você pediu pra eu dizer com palavras. Mas veja agora, acha que precisa delas? Disse que meu cálculo estava errado. Mas veja agora, não calculo mais, eu percebi meu erro, e foi você que me ajudou nisso. Vejo que você pensa que chegou até mim, mas não foi isso. Na verdade tinhamos rumos diferentes, hoje nossos caminhos se cruzaram. O que faremos então?". Dizem que só os idiotas respondem uma pergunta com outra, mas eu disse "Tinhamos rumos diferentes? Pra onde você ia?". Daí ele sorriu denovo e disse "Não não, não faça assim, chega de esquentar a cabeça. Te ensinaram sobre paralelismo, perpendicularidade, ponto, plano, reta. Esqueça toda essa merda, ou você quer perder o tempo que perdi? Veja, tempo é o que você tem agora e... ooh, não perca tempo rapaz" tossiu, tossiu. Ele já não tinha mais fôlego, não o suficiente pra subir aquele puta subidão que se começava inclinar. Eu tentei me esforçar ao máximo pra aprender o que ele tava tentando me ensinar. Aí ele disse com voz muito baixa "Veja rapaz, lá em cima, no topo, o que vê lá?". Eu mirei lá, esfreguei os olhos, e "Eu vejo, eu vejo as nuvens, lá em cima. Mas elas não estão lá em..." ele me interropeu "hey, hey esqueça a lógica, a biológica, os números, eles só servem pra desanimar, e além do mais, eles mentem" tossiu, tossiu. Paramos de caminhar, eu já estava quase certo de que ele estava louco, na beira da morte, maluco. E eu estava tão jovem, com pulmões fortes. A subida era enorme achei que nem eu poderia escalá-la. Então despediu-se ele "Vá lá rapaz, suba até o fim, não faça como eu que fiquei dando voltas, e calculando. E não pense você que é tudo um ciclo, que se você não subir vai aparecer um outro pra você dizer isso que estou te dizendo. Não pense mais em big bang, retas, curvas. Vá lá, dizem que lá tem quem dê carinho, e quem sabe é verdade?...". Estou aqui escalando, às vezes me canso. E você? Fale pra mim sobre o rumo que escolheu.

11 dezembro 2005

kodomo

Vou te dizer uma coisa, que eu nunca lembrava, e nunca tinha oportunidade.
Mesmo que você seja o mais teimoso do mundo. O mais convicto de que por direito é triste. Mesmo que seja o mais pessimista. Que tenha chegado ao resultado triste por cálculos.
Vou te dizer uma coisa, que vai te mostrar o quanto calculou errado.
Gosto de você. Simplesmente gosto.
Ah, não ouviu isso né, foi só eu falar que calculou errado pra você se ir.
Lamentável é que só percebo que te gosto quando percebo o distanciar entre nós. Daí nunca te falo. Mas tenho quase certeza de que você sabe.
Percebo denovo que te gosto. E me pergunto se você também não sente isso.
Por que não podemos simplesmente dizer e ouvir que nos queremos bem?
Creio que com palavras você não vai nunca dizer. O problema é que necessito ouvir essas palavras.
Você poderia ter me deixado morrer. Mas não o fez. Por isso acho que você me gosta, assim como te gosto.

08 dezembro 2005

lei

Se me sinto mal é porque alimentei um ideal quase impossível de ser posto em prática por um ser humano. E sei que faço coisa que acredito ser errada.
Sou a testemunha e o réu, o cúmplide e o juíz. E me condeno, não tolero suborno, não existem brechas na lei em que acredito.
Aquele negócio de "olho por olho, dente por dente" parece ser tão justo; isso eu consegui botar em prática, mas isso entra em conflito com a lei que escolhi. Eu erro, e me condeno, fico mal.
Maior crime seria essa minha vontade de ser certo, um tanto ousada, insolente perante a sociedade.
Se me disser que é vaidade, me calo imediatamente.

07 dezembro 2005

Se

Depois que tudo isso finalmente acabar, se ele disser "Não falei que ia ser difícil?", ah, aí eu direi "Você sabia que era difícil! Então Por que me deixou ir? Por quê? Queria me ver lá? Divertir-se com meu desespero? Foi pro meu bem? Ah, então tá bom...mas não volto lá nunca mais"

06 dezembro 2005

agora sentimental

É, ele tinha medo da solidão, assim como do escuro. Tudo o que ele queria no seu estado débil, paralisado, era que percebessem que se partissem ele choraria mais. Estava débil, paralisado, não conseguia falar, implorava com os olhos para que não o deixassem ali, sozinho, no escuro, com sua imaginação.
Ora, ele sim sabia, ninguém mais, quanto foi doído a solidão, aquele desespero de quem percebe com a maior nitidez do mundo que não há pra onde correr, não tem a quem abraçar. E ele sabia que deixava marcas no corpo, o debater-se em convulsões. Gritar não adiantava. Rezar? Até rezou. Mas adivinha.
Não, ele não queria sentir denovo. Implorava com os olhos, não sabia falar. Chorava.

Medo da solidão

Sobre medo da solidão? Ah, esse negócio aí é só mais uma característica universal dos prisioneiros de uma cadeia de DNA.
Não era essa resposta que você queria? Queria um conto?

Era uma vez, um menino, chamado Sei Lá. Ele era livre da cadeia de DNA. Sei Lá não tinha medo da solidão. Então ele viveu feliz para sempre.

05 dezembro 2005

-Ilusão

Talvez minha maior ilusão seja acreditar em justiça. Justiça. Tão ausente, tão inexistente.
Nascem pessoas belas, nascem pessoas pobres. E então se cria uma teoria para que isso seja justo.
Tem-se o sentimento de estar abandonado, então se imagina deus, e se diz que é ele quem abandonou. Injustiça. Ilusão. Imaginação.
Talvez minha maior ilusão seja acreditar em justiça.

04 dezembro 2005

Números X Pessoas

Sou dos que, logo que nasceu, tiveram de aprender a falar. Chorar não bastava. Exigiram de mim, que expressasse através de combinações de sons aquilo que me necessitava. Ah, mas não foi muito difícil não, quando criança nada é difícil.
E não é que queriam mais de mim! Muito pequeno ainda, lembro que me ensinavam números, alfabeto. As vinte e seis letras eu decorei rapidinho. Já os números; me assustei quando vi que não tinha fim. Começava a contar do zero (e me orgulhava disso, ninguém começava do zero), e lembro quando ainda só chegava no setenta(ia dizer 60, mas não sei escrever, então disse um valor maior, hoho).
Mas não bastava. E forçosamente me ensinaram escrever (mal, pelo que se pode ver, tsc). Das vinte e três letras, milhões de cobinações de umas com as outras traduziam imperfeitamente aqueles sons que tive de aprender muito cedo. Aliás, nem mesmo os sons traduzem aquilo que acho que quero expressar.
E muito cedo ainda queriam me preparar para esse mundo moderno. Me colocaram na frente aqueles dez algarismos, e disseram "esse mais esse dá esse, já, esse mais esse dá esse, mas com esse outro dá isso. E decore isso muleque, vai ser muito útil na sua vida"
Não bastou decorar as somas, depois me vieram com as tabuadas. Meu deus, quantas combinações, decorar tudo isso? vocês são loucos, loucos!
Mas quando criança nada é difícil. Inguli tudo. Tentei vomitar, mas me estrangularam a garganta, impedindo.
Mas o que não me ensinaram foi como interagir com as pessoas. Me deixaram falando com os números, com a lógica, com o padrão. Acabei até me apegando a eles, mas eles nenhum carinho tinham por mim.
Aí, um dia uma melodia me disse que existe o céu, que existe pessoa que dá carinho. Então larguei dos números e comecei a escrever isso aqui.

03 dezembro 2005

Hello, heaven!

É, eu acredito. Porque quero acreditar, não é fácil, não é lógico, talvez não seja sensato, mas acredito. Porque agarrei como esperança de felicidade, porque há momentos estranhos, raríssimos, em que o mundo e seus problemas deixam de existir em mim, o tempo se torna um mero observador, e a música diz, não com palavras, porque também as palavras imperfeitas deixaram de existir, ela diz que existe sim, existe o céu. E eu acreditei na música.
Pena que ela durou poucos minutos, mas ela conseguiu plantar no solo pobre do meu espírito a semente da esperança. E agora eu não quero que ela morra. Mas não acho com que alimentá-la. Então toda minha força uso contra as verdades. Porque não quero que a esperança morra antes de mim. A esperança de que o céu existe.